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Confiança da construção volta a crescer e atinge maior patamar desde agosto do ano passado, aponta FGV

  • Por Luísa Cortés
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Neste mês, foi a primeira vez que houve alta na avaliação da situação atual e de curto prazo

Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgados na última terça-feira (26), o Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 2,7 pontos no mês de julho e chegou a 70,7 pontos. O valor é o maior desde agosto de 2015 (72,4 pontos). No mês, também foi a primeira vez que houve alta na avaliação da situação corrente e das expectativas de curto prazo. O índice, em médias móveis bimestrais, apresentou a sua terceira alta consecutiva, e alterou-se em 0,8 ponto em julho.

A percepção dos empresários melhorou, apesar do nível de confiança permanecer muito baixo em termos históricos. "As indicações de retomada de obras paradas e de novas contratações nos programas governamentais, assim como as perspectivas mais positivas para a economia, reduziram o pessimismo setorial", explica a Coordenadora de Projetos da Construção da FGV-IBRE, Ana Maria Castelo.

O Índice da Situação Atual (ISA-CST), por sua vez, variou 1 ponto em relação ao mês anterior e chegou a 62,7 pontos. É o segundo crescimento consecutivo do indicador. O quesito que mais colaborou para isso foi a situação atual da carteira de contratos, que chegou aos 61,6 pontos, variando 1,3 ponto no mês. O índice, mesmo assim, continua abaixo daquele que mede a situação atual dos negócios, que ficou em 64,1 pontos em julho.

Outro indicador a apresentar aumento foi o Índice de Expectativas (IE-CST), que chegou aos 79,3 pontos, seu maior nível desde abril de 2015. O aumento registrado no mês foi de 4,4 pontos. O que mais contribui para a alta do índice no mês foi as expectativas em relação à evolução dos negócios nos seis meses seguintes, com variação de 4,6 pontos e total de 81,6 pontos.

A pesquisa coletou informações de 700 empresas entre os dias 1º e 21 de julho.

Nível de Utilização da Capacidade do Setor da Construção
A FGV/IBRE também apresentou a sua nova pesquisa, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor da Construção, a ser divulgado a partir desse mês. O NUCI mede a relação entre o produto efetivamente gerado em determinado setor como proporção do produto potencial, caso toda a sua capacidade produtiva estivesse em uso. A série começa em abril de 2013.

Em julho, o NUCI cresceu 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação a junho, e chegou a 64,4%, o nível mais alto desde março do ano passado. "A sondagem de julho mostra que começa a se fortalecer o sentimento de que o pior já passou, mas a melhora da confiança continua ocorrendo muito mais por conta de uma redução do pessimismo do empresário em relação ao que vai acontecer. No entanto, demanda e acesso ao crédito continuam como os principais fatores limitativos à melhoria dos negócios correntes", declarou Ana Maria.

E prossegue: "A atividade da construção se mantém bastante deprimida e mesmo com o aumento de julho, o NUCI ainda não voltou ao patamar do primeiro trimestre do ano. As indicações de realização de novos negócios e de retomada de contratações ainda não apresentam a robustez necessária para confirmar a recuperação", conclui a coordenadora.

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